Planetas
A noção sempre foi intuitiva. "Planeta", em grego, significa "estrela errante", ou seja, um astro que não obedece ao movimento padrão das constelações tradicionais. Na Grécia antiga, Sol, Lua, Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno eram todos tidos como planetas.Desde a revolução Copernicana e a constatação de que a Terra não é o centro do Universo, a ideia se sofisticou, e os astrónomos passaram a chamar de planeta todo objecto que gira ao redor de uma estrela e que, além de esférico, é suficientemente grande. Mas aí começa a confusão. O que quer dizer "suficientemente grande"?Urano e Neptuno, os dois primeiros planetas descobertos graças aos telescópios, merecem indubitavelmente a classificação. Afinal de contas, são dois gigantes gasosos, bem maiores que a Terra. Já Plutão, são outros quinhentos. Ele foi achado em 1930 pelo americano Clyde Tombaugh. Originalmente, os astrónomos estimaram um belo porte para ele. Uma enciclopédia "Conhecer" de 1966 diz que ele provavelmente tinha 6.000 quilómetros de diâmetro, pouco menos que metade da "cintura" terrestre e quase o mesmo tamanho que Marte. Com isso, o objecto acabou ganhando rapidamente entrada no selecto clube dos planetas. A descoberta, em 1978, de que ele tinha uma lua --Caronte-- só fez por reforçar isso. Mas então a maré começou a virar.Em 1992, os cientistas começaram a descobrir uma porção de objecto na região da órbita de Plutão. Eram todos de pequeno porte, mas confirmavam uma predição feita mais de 40 anos antes pelo astrónomo holandês Gerard Kuiper --havia um cinturão desses objectos gelados naquela região, similar ao conjunto de asteróides entre Marte e Júpiter. Plutão, começaram a desconfiar, era apenas o "chefe do cinturão de Kuiper".
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